segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Manifesto contra a truculência e os lucros exorbitantes da Anhanguera Educacional Participações S/A




Manifesto contra a truculência e os lucros exorbitantes da
Anhanguera Educacional Participações S/A


A Anhanguera Educacional Participações S/A, proprietária desde julho de 2011 da UniABC – Universidade do Grande ABC, deu de presente aos professores, no dia 14/12/2011, um Chocottone Bauducco. O momento natalino próximo e os ares de confraternização certamente deixaram alguns  docentes alegres.

Prematuramente! Pois souberam no dia seguinte, 15/12/2011, menos de 24 horas depois de receberem o Feliz Natal da empresa, que mais de 50% deles haviam sido demitidos.

Mestres e doutores não fazem parte dos planos da Anhanguera Participações S/A.

São onerosos! Fazem requerimento. Indagam a respeito de arbitrariedades. Repudiam o intenso autoritarismo da “nova administração”. Contestam a mudança intempestiva e para pior da matriz curricular dos cursos etc.

Para a empresa, o melhor é contratar graduandos(!), graduados e especialistas. Eles “darão conta do recado. Afinal, vão reduzir a menos da metade a folha de pagamento e multiplicar imediatamente os lucros”, principal preocupação da Participações S/A.

Estudantes e professores compreendem, ainda, os prejuízos consideráveis ao conjunto da comunidade implícitos na “reestruturação”:

a) Desemprego e intensa rotatividade dos professores de forma constante. Objetivamente, todos tiveram a demonstração empírica do modus operandi da S/A;

b) As alterações para a “reestruturação” são uma resposta às necessidades “naturais” — a S/A informou que desligou os profissionais "em função do planejamento de carga horária do próximo semestre e faz parte de um movimento natural das instituições de ensino a cada encerramento de semestre” —, ou seja, a “natureza” de dispensas da S/A sistematicamente será repetida em um ciclo semestral;

c) Introdução em larga escala do “Ensino a Distância”—, economia para a S/A, que multiplica salas virtuais e desobriga-se de contratar professores; ademais, mantém o ensino a distância dos estudantes; produz uma caricatura de interação; e, o essencial, os lucros crescem de maneira astronômica, atendendo o apetite pantagruélico de dinheiro da  S/A;

d) Matriz curricular empobrecida aumenta a dificuldade de colocação no mercado de trabalho de forma satisfatória e com um salário digno;

e) A quantidade de alunos por sala tende a crescer ainda mais, inviabilizando pré-requisitos pedagógicos mínimos para o ensino-aprendizagem;

f) Desrespeito e truculência contra a comunidade acadêmica, derivados do autoritarismo da mentalidade mercantil da S/A.


Todavia, nada disso é novidade para os mais atentos.

Em agosto de 2011, o reitor [de fato], prof. Carlos Afonso Gonçalves da Silva, prometeu publicamente ao conjunto dos professores, e depois aos estudantes, que quaisquer mudanças na matriz curricular, por exemplo, somente ocorreriam com a anuência de todos os envolvidos.

Quem caiu no canto de sereia do reitor da S/A, agora vive um pesadelo acordado.

O movimento dos estudantes, principalmente do Curso de Pedagogia, não se restringiu à manifestação em frente a filial da S/A. Procurou, além disso, advogados para salvaguardar direitos contratuais, que a S/A pretendia espezinhar sem cerimônias.

Conclamamos a todos aqueles que lutam pela educação de qualidade, dignidade e democracia a juntarem-se a este Manifesto e:

a) Repudiar enfaticamente as demissões em massa ocorridas na Anhanguera Educacional Participações S/A, bem como a lutar para cancelá-las;

b) Exigimos que o MEC se pronuncie sobre as aquisições numerosas da Anhanguera Educacional Participações S/A (Uniban, Anchieta, UniA, Faenac etc.).

De onde vem tanto dinheiro?

Quem são os reais proprietários?

Tais compras não se configuram em monopólio regional da “educação”?

A lei permite essa aberração?


6 comentários:

  1. Existem boatos de que quem está por trás da Anhanguera é o bispo Edir Macedo, mas são só boatos... Agora, em relação à se a lei permite, acho que deve ser investigado, tudo isso soa muito controverso para estar dentro das normas legais. E o MEC, como fica nessa história? São perguntas que eu gostaria muito que fossem investigadas... Só sei que eu, como aluna, e provável ex-aluna, estou profundamente decepcionada com a Anhanguera!

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  2. concordo com a amiga , estou decepcionada com a ANHANGUENHA

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  3. Agora que isso acontece (as demissões) chama-se a atenção para o monopólio, agora ?! estranho é estranho...

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  4. O mais engraçado é que a "estranhesa" ja não nos estranha mais! Até quando vamos ver a educação sendo relegada a patamares baixos? Monopólio? Nem precisa de investigação pra deduzir que essa "onda Bandeirante" (Anhanguera foi um bandeirante paulista conhecido como: Diabo velho em Tupi)é uma ofensa, não apenas à livre concorrência, mas a qualidade educacional. Se é do Edir Macedo, vou dizer que escolheu bem mal o nome... ou sera que foi de propósito?! Ahhh Macedo...

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  5. Infelizmente esse é o resultado das privatizações iniciada na década de 1990!!
    Educação é direito fundamental do ser humano logo não pode ser mercadoria!!

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  6. Pensei em fazer matrícula em um dos cursos da Anhanguera mais acabei de desistir.

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